Já foi dito: "Não apagues a tua tocha, pois pode ser a luz que vai iluminar as gerações futuras."
Djelal eddin Rumi


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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CONTO É A FORMA MAIS DIFÍCIL DE ESCREVER — Truman Capote

Um entrevistador perguntou a Truman Capote o que ele tinha escrito no início da carreira.
"Contos", ele respondeu. "E minhas ambições mais inabaláveis ainda giram em torno desta forma. Quando seriamente explorado, o conto me parece a forma existente mais difícil e disciplinadora de escrever prosa. Qualquer técnica ou controle que eu possa ter, devo isso inteiramente a meu treinamento neste gênero."

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

EU SOU UM MENTIROSO — Alberto Moravia

Quero deixar isto bastante claro: meus trabalhos não são autobiográficos, no significado habitual da palavra. Talvez eu possa pôr isto deste modo: tudo que é autobiográfico [em minha obra] é assim só de uma maneira muito indireta, de um modo muito geral. Eu não uso, e nunca usei, acontecimentos ou personagens diretamente da vida. Eventos podem sugerir eventos a serem usados mais tarde num trabalho; semelhantemente, pessoas podem sugerir personagens futuras; mas sugerir é a palavra a se lembrar. A gente escreve sobre o que a gente sabe. Sim, a gente usa o que a gente sabe, mas autobiografia significa qualquer outra coisa. Eu nunca seria capaz de escrever uma verdadeira autobiografia; eu sempre termino falsificando e ficcionando. Na verdade, eu sou um mentiroso. Isso significa que, no fim das contas, eu sou um romancista.
Em minha visão, a função de um escritor não é criticar, em caso algum; só criar personagens vivos. Só isso.

Paris Review
Alberto Moravia, A Arte de Ficção Nº 6, 1954
Entrevistado por Anna Maria de Dominicis e Ben Johnson

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ESCREVER NÃO É UMA PROFISSÃO — Georges Simenon

Escrever é considerado uma profissão, mas eu não penso que seja uma profissão. Penso que qualquer um que não precise ser um escritor, que pense ser capaz de fazer qualquer outra coisa, deve fazer essa outra coisa qualquer. Escrever não é uma profissão, mas uma vocação para a infelicidade. Eu não penso que um artista possa, em tempo algum, ser feliz.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

SE EU NÃO TIVESSE EXISTIDO — Faulkner

Se eu não tivesse existido, outra pessoa teria escrito minhas histórias, Hemingway, Dostoievski, todos nós. Prova disso é que há aproximadamente três candidatos para a autoria das peças teatrais de Shakespeare. Mas os que é importante é Hamlet e o Sonho de Uma Noite de Verão, não quem as escreveu, mas o fato de que alguém o fez. O artista não tem nenhuma importância. O que ele cria é importante, já que não há nada de novo a ser dito. Shakespeare, Balzac, Homero, todos escreveram sobre as mesmas coisas, e se eles tivessem vivido mil ou dois mil anos mais, os editores não teriam precisado de ninguém mais desde então.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

SEU PRÓPRIO SENSO DE ESTILO — Kenzaburo Oe

Fundamentalmente, um bom escritor tem o seu próprio senso de estilo. Há uma voz natural, profunda, e aquela voz está presente desde o primeiro rascunho de um manuscrito. Quando ele ou ela elaboram o manuscrito inicial, isso continua fortalecendo e simplificando aquela voz natural, profunda. Enquanto eu estava nos Estados Unidos, ensinando em Princeton entre 1996 e 1997, eu consegui ver uma cópia do manuscrito original do Huckleberry Finn de Mark Twain. Eu li cem páginas mais ou menos e gradualmente percebi que desde o princípio Twain tivera um estilo exato. Até mesmo quando ele escrevia um inglês impuro, tinha uma espécie de música. Isto o torna mais claro. Aquele método de elaboração vem naturalmente a um bom escritor.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

EU ESCREVO TODA MANHÃ — Ernest Hemingway

Quando estou trabalhando num livro ou numa história, escrevo todas as manhãs, assim que surge a primeira luz do dia. Não tem ninguém para perturbá-lo, e está fresco ou frio, e você vem para o seu trabalho e esquenta à medida que escreve. Você lê o que já escreveu e, como você sempre pára quando sabe o que vai acontecer em seguida, você prossegue daí. Você escreve até que chega a um ponto em que você ainda tem seu suco e sabe o que acontecerá em seguida, e você pára e tenta viver até o próximo dia, quando você pega isto novamente. Você começou às seis da manhã, vamos supor, e pode ir até o meio-dia ou pode terminar antes disso. Quando você pára está tão vazio, e ao mesmo tempo nunca vazio mas se reenchendo, como quando você fez amor com alguém que você ama. Nada pode feri-lo, nada pode acontecer, nada significa qualquer coisa até o próximo dia, quando você faz isto novamente. É a espera até o próximo dia que é difícil de transpor.